Era mais ou menos três da manhã quando escutei um barulho ensurdecedor. Levantei rapidamente, eu estava um pouco impressionado. Eu estava sozinho em casa, o que me fez deletar completamente a chance de ser meu pai bêbado derrubando objetos ou coisas assim em casa, me lembrei que ele só viria no mês seguinte. Cocei a nuca com sono, e fui em direção a porta para acender a luz. Apertei o interruptor, nada. Apertei aquele maldito interruptor umas mil vezes e nada, desisti e fui rumo a minha escrivaninha, pegando uma lanterna que estava ali.
Acendi a lanterna, aquela luz fez eu ficar quase cego por alguns instantes. Olhei pela janela e tudo estava deserto, me assustei. Ali normalmente ficava super barulhento, e na verdade, tudo estava no mais perfeito silêncio. Eu odeio esse silêncio.
Abri a porta vagarosamente e olhei em volta com a lanterna sendo minha única forma de visão. Escutei os estalos altos da escada enquanto eu descia por ela, um pequeno pedaço de madeira da escada furou meu pé. Cambaleei até a ponta da escada e me sentei, retirando o pequeno pedaço de madeira do meu pé, que estava sangrando. Pouco, mas estava.
Ardia sempre que eu pousava me pé no chão, mas eu deixei essa dor de lado e continuei a caminhar rumo ao barulho estranho que eu tinha escutado quando acordei. Eu estava curioso demais para parar naquele ponto, mas eu tinha perdido o sono completamente. Continuei a caminhar e desci as escadas em direção ao porão, enquanto eu descia, o cheiro começou a ficar forte, um cheiro de algo podre, não me contive e apertei meu nariz por causa daquele terrível cheiro.
A lanterna não me ajuda tanto, a luz da lanterna deixava o porão estranhamente sombrio. Olhei em volta e senti um arrepio na espinha, eu estava com medo do que tinha lá, o cheiro ainda entrava no meu nariz, mesmo eu o tendo tapado. Achei aquilo loucura e comecei a subir as escadas para voltar a dormir.
Péssima ideia.
Alguém puxou meu pé firme, fazendo eu bater meu queixo com tudo no chão, sangrando muito. Eu queria gritar, de medo e dor, mas nenhum som saia de minha boca. O sangue que escorria de mim fazia um rastro no chão, fazendo eu me molhar com o meu próprio sangue. Tentei segurar em algo que aparecia pela frente para quem estava me puxando não conseguir me puxar mais que o atual, mas foi em vão, a pessoa era extremamente forte. Com raiva, soquei o chão, e levei minhas mãos à lateral de minha cabeça, apertando-a levemente. Isso só pode ser um pesadelo! Pensei, desesperado. Fechei meus olhos e os abri logo em seguida, eu ainda estava sendo puxado, e fui levado a um lugar que eu nunca tinha visto antes.
A pessoa parou.
Eu estava todo machucado por conta do chão, tentei me levantar, mas eu estava com dor demais para me levantar. Então, apenas me virei, e vi grandes olhos, vermelhos e penetrantes perto de mim. Fechei meus olhos, e ouvi as palavras macabras que ecoavam em minha mente, ele dizia tudo em um modo assustador :
Olá.
Eu, sou parte de você.
Sou seus pesadelos. Sou o que há de mais macabro em você.
Seu maior pesadelo era ser um vampiro, não era?
Alegre-se!
Seu pesadelo irá se transformar em realidade!
Senti algo perfurando meu peito, perfurava mais e mais. Minha vida toda passou pela minha cabeça, e me lembrei, que quando eu era pequeno, eu sempre sonhava em ser um vampiro. Sorri. Um sorriso bobo e infantil.
- Obrigado. - respondi sentindo minha pele ficar mais gélida e pálida, ao dizer isso, senti meus dentes crescerem, e pousarem na minha língua, levemente. - Obrigado.
Me lembrei da data, era 31 de outubro.
Feliz Halloween. Espero que tenha a mesma felicidade que eu, ou até maior.
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